Usurpation des Präsidentenamtes durch Umaro Sissoco Embaló

Der befürchtete Fall der völligen Missachtung des Ablaufs seines Mandats als Präsident der Republik Guinea-Bissau ist nun eingetreten: der 27.02.25 ist verstrichen – und Umaro Sissoco Embaló behauptet, weiter im Amt zu sein. Er hat somit seine Amtsperiode eigenmächtig um mehrere Monate verlängert, was einem Staatsstreich gleich kommt.

Mit dem nachfolgenden Brief hat die ACG schon im Vorfeld politische Entscheidungsträger und amtliche Stellen auf diese zu erwartende Situation aufmerksam gemacht. Unsere Gedanken sind bei all denen, die sich in Guinea-Bissau um die Einhaltung demokratischer Regeln und der verfassungsmäßigen Ordnung bemühen. 


Stellungnahme der Amílcar Cabral Gesellschaft zum de facto Staatsstreich in

Guinea-Bissau

An folgende Adressaten:

– Auswärtiges Amt, Stelle f. Westafrika
– Dt. Botschaft Dakar
– Leiter des Verbindungsbüros in Bissau (Carsten Wille)
– MdEP Lange (SPD)
– Parlamentarier-Gruppe Westafrika                                                                                                                              19. Februar 2025 

Stellungnahme der Amílcar Cabral Gesellschaft zum bevorstehenden Staatsstreich in

Guinea-Bissau

In der Verfassung Guinea-Bissaus sind rechtsstaatliche Strukturen verankert, die in der Praxis der autokratischen Präsidialherrschaft von Präsident Embaló wiederholt missachtet wurden und weiterhin gefährdet sind.

Ende Februar 2020 trat Umaro Sissoco Embaló ungeachtet eines laufenden Wahlanfechtungsverfahrens mit Unterstützung der Armee das Präsidentenamt an und erließ umgehend Präsidentialdekrete, die vor allem die Entlassung der durch das Parlament eingesetzten Regierung und deren Ersatz durch von ihm ernannte Personen organisierten.

Das fünfjährige Mandat Embalós war von einer Ethnisierung der Politik, von internen Unruhen, Übergriffen von Polizei und Militär sowie anderer z.T. bewaffneter Akteure auf Oppositionelle im Parlament, auf Gewerkschaftsvertreter, auf kritische Anwälte und Institutionen der Justiz, auf Journalisten und Radiosender geprägt sowie von Günstlings- und Misswirtschaft. Durch wiederholte Putschvorwürfe und militärische Kooperation mit einer Vielzahl von Ländern installierte Embaló ein militarisiertes Regime, das keinen Widerspruch duldet, die Verfassung willkürlich auslegt, sich parlamentarischer Kontrolle verweigert, alle Grundrechte angreift und in besonderem Maße die Meinungs- und Pressefreiheit bedroht.

Im Februar 2022 kam es in Guinea-Bissau zu einem ersten angeblichen Putschversuch durch nicht weiter identifizierbare bewaffnete Akteure, was Präsident Embaló zum Anlass nahm, Dutzende vermeintlicher Konspirateure verhaften zu lassen, jede ernsthafte Aufklärung der Vorkommnisse zu verhindern und gerichtliche Freilassungsbeschlüsse zu ignorieren. Im Mai 2022 löste er das Parlament auf, bevor es zu Debatten über die Hintergründe des Putschversuches sowie über eigenmächtig abgeschlossene Rohstoffabkommen und eine Verfassungsreform kommen konnte, in der die Befugnisse
des Präsidenten deutlicher definiert worden wären. Neuwahlen wurden erst im Juni 2023, also mit einjähriger Verspätung, durchgeführt.

Präsident Embaló weigerte sich auch, die für Oktober/November 2024 vorgesehenen Präsidentschaftswahlen anzuberaumen, die eine friedliche Amtsnachfolge garantiert hätten, und gefährdet damit den ohnehin fragilen demokratischen Konsens im Lande.

Jetzt, kurz vor Ende seines Mandats, leugnet er den umstrittenen Amtsantritt im Februar 2020 und möchte den auf den 4. September 2020 datieren, dem Tag, an dem er durch erheblichen Druck auf die Richter die Beilegung der Wahlanfechtung erzwungen hatte.

Ende November 2023 soll es vorgeblich zu einem weiteren Putschversuch gekommen sein, was Präsident Embaló zum Anlass nahm, das Parlament im Allgemeinen und die Parteien des Regierungsbündnisses im Besonderen als angebliche Urheber dieser Aktion zu beschuldigen und zu delegitimieren und das erst im Juni 2023 neugewählte Parlament am 4.Dezember 2023 aufzulösen. Dies, obwohl die Verfassung Guinea-Bissaus eine Auflösung des Parlaments innerhalb der ersten 12 Monate explizit ausschließt. Damit wurde jegliche Parlamentstätigkeit unterbunden.

Das Parlament hatte mit seiner Mehrheit der Parteienkoalition PAI-Terra Ranka den PAIGC-Abgeordneten Domingos Simões Pereira zu seinem Präsidenten gewählt, der von Beginn an in seinen offiziellen Funktionen massiv behindert wurde. (Zur Erinnerung: Domingos Simões Pereira und Umaro Sissoco Embaló waren Kontrahenten bei den Präsidentschaftswahlen 2019.) Nach den noch immer gültigen verfassungsgemäßen Regeln des Landes läuft mit Ende Februar 2025 das Mandat des Präsidenten ab und geht -bis zu Neuwahlen- auf den legitimen Parlamentspräsidenten über.

Präsident Sissoco Embaló, der versucht, die Wahlen um mehrere Monate hinauszuzögern, hat für den Fall eines Scheiterns seines Planes vorgesorgt: er hat eine Abgeordnete seines Lagers  als potenzielle Interims-Präsidentin platziert.

Mit dieser Strategie riskiert Embaló jedoch einen Ausbruch von Gewalt, die sich bisher nur mühsam und durch die Aussicht auf eine friedliche Lösung der Machtkrise verhindern ließ. Schon jetzt erhitzen sich die Gemüter im politischen Bissau um das Verfallsdatum seiner Macht, den 27.Februar 2025.

Faktisch kommt dieses Vorgehen einem Staatsstreich gleich.

Während schon die rechtlich problematische Entmachtung des Parlamentes weder von Deutschland noch von der EU problematisiert wurde, besteht nun die Gefahr, dass dieser offenbar vorbereitete Staatsstreich ebenfalls im allgemeinen politischen Chaos des Landes untergeht und weder von Deutschland noch der EU politisch bzw. diplomatisch problematisiert wird.

Die Amílcar Cabral Gesellschaft möchte deshalb zuständige staatliche und insbesondere parlamentarische Akteure sowohl in Deutschland wie bei der EU auf diese Situation hinweisen und auffordern, in geeigneter Weise die Regierung von Guinea-Bissau und insbesondere Präsident Sissoco Embaló zur Einhaltung demokratischer und parlamentarischer Regeln zu veranlassen.

Mit freundlichen Grüßen

Prof. Bernd Leber
1. Vorsitzender Amílcar-Cabral-Gesellschaft e. V.




Declaração da ACG sobre a iminência de um golpe de Estado na Guiné-Bissau

20.Februar 2025

Ao CTO-Bissau/Forum de Paz

forumdepaz.cto@gmail.com

Senhores e Senhoras

A Constituição da República da Guiné-Bissau consagra estruturas constitucionais que foram repetidamente desrespeitadas na prática do governo presidencial autocrático do Presidente Embaló e continuam a ser postas em causa.

No final de fevereiro de 2020, Umaro Sissoco Embaló tomou posse como Presidente com apoio militar, não obstante o processo de impugnação eleitoral em curso, e emitiu de imediato decretos presidenciais que organizavam essencialmente a demissão do governo emanado das eleições legislativas e a sua substituição por pessoas por ele nomeadas.

O mandato de cinco anos de Embaló caracterizou-se pela etnização da política, pela agitação interna, por ataques da polícia e de militares, e de outros actores, por vezes armados, contra membros da oposição no Parlamento, representantes dos sindicatos, advogados críticos e instituições judiciais, jornalistas e estações de rádio, bem como por favoritismo e má gestão. Através de repetidas acusações de golpes de Estado e da cooperação militar com um grande número de países, Embaló instalou um regime militarizado que não tolera a dissidência, interpreta a Constituição de forma arbitrária, recusa o controlo parlamentar, ataca todos os direitos fundamentais e representa uma ameaça particular à liberdade de expressão e de imprensa.

Em fevereiro de 2022, houve uma primeira alegada tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau por parte de actores armados não identificáveis, que o Presidente Embaló aproveitou para prender dezenas de alegados conspiradores, impedir qualquer esclarecimento sério dos acontecimentos e ignorar as ordens judiciais de libertação. Em maio de 2022, o Presidente Embaló dissolveu o Parlamento antes de se poder realizar qualquer debate sobre os antecedentes da tentativa de golpe de Estado, a celebração não autorizada de acordos sobre recursos naturais  e uma reforma constitucional que definisse mais claramente os poderes do Presidente. Só em junho de 2023 foram realizadas novas eleições, com um ano de atraso.

O Presidente Embaló recusou-se igualmente a convocar as eleições presidenciais previstas para outubro/novembro de 2024, que teriam garantido uma sucessão pacífica no cargo, pondo assim em causa o já frágil consenso democrático no país.

Agora, a pouco tempo do fim do seu mandato, nega a controversa tomada de posse em fevereiro de 2020 e pretende datá-la para 4 de setembro de 2020, data em que forçou a decisão sobre o contencioso eleitoral a seu favor, exercendo uma pressão considerável sobre os juízes.

No final de novembro de 2023, houve alegadamente uma nova tentativa de golpe de Estado, que o Presidente Embalo aproveitou para acusar e deslegitimar o Parlamento em geral e os partidos da aliança governamental em particular como alegados autores desta ação e para dissolver a 4 de dezembro de 2023 o Parlamento recém-eleito. Isto apesar do facto de a Constituição da República da Guiné-Bissau excluir explicitamente a dissolução do Parlamento nos primeiros 12 meses. Esta situação impediu qualquer atividade parlamentar.

Com a maioria da coligação partidária PAI-Terra Ranka, o Parlamento tinha elegido como Presidente da ANP o deputado do PAIGC Domingos Simões Pereira, que foi desde o início fortemente impedido de exercer as suas funções oficiais. De acordo com as regras constitucionais do país, que ainda estão em vigor, o mandato do Presidente expira no final de fevereiro de 2025 e passa para o Presidente legítimo do Parlamento até à realização de novas eleições.

O Presidente Sissoco Embaló, que está a tentar adiar as eleições por vários meses, tomou medidas para o caso de o seu plano falhar: colocou uma deputada do seu campo como potencial presidente interino.

No entanto, com esta estratégia, Embaló arrisca-se a um surto de violência, que até agora só foi evitado com grande dificuldade e na perspetiva de uma solução pacífica para a crise do poder. Os ânimos já estão exaltados na vida política do país por causa da data de expiração do mandato do Presidente, 27 de fevereiro de 2025. O próprio Presidente pretende se manter no poder, além do fim do seu mandato, o que de facto equivale a um golpe de Estado.

Se a destituição do Parlamento, juridicamente problemática, já não foi problematizada nem pela Alemanha nem pela UE, existe agora o risco de que este golpe de Estado, aparentemente preparado, também se perca no caos político geral do país e não seja problematizado políticamente ou diplomaticamente nem pela Alemanha nem pela UE.

A ACG gostaria, por isso, de chamar a atenção dos actores responsáveis do Estado e, em particular, dos actores parlamentares, tanto na Alemanha como na UE, para esta situação e exortá-los a tomar as medidas adequadas para garantir que o Governo da Guiné-Bissau e o Presidente Sissoco Embaló, em particular, respeitem os princípios democráticos e parlamentares.

Atenciosamente

Pela Associação Amílcar Cabral

Prof. Bernd Leber
1. Vorsitzender Amílcar-Cabral-Gesellschaft
Presidente da Associação Amílcar Cabral (Alemanha)